AUTO-ESTIMA


Auto-estima significa apreço, respeito, cuidado, oblação, capacidade de auto-sustentação que a pessoa tem para consigo, integrando experiências subjetivas ao envolvimento com a realidade externa. O resultado é uma avaliação positiva de pensamentos, ações e sentimentos com liberdade de assumir compromissos.

A auto-estima é o exercido permanente de a pessoa situar-se, avaliando-se e sentindo-se bem consigo mesma. Ela protege contra uma felicidade padronizada, impele cada um a ir por seu caminho sem mendigar, insegura, aprovação alheia. Auto-estima é o que nutre o âmago da pessoa em vista de uma vida saudável, fortalecendo-a face a problemas, desafios e possibilidades no viver.

Este processo se inicia na primeira infância e se estrutura mais intensamente na família; intensifica-se na escola e, depois, na preparação e no exercício de uma profissão, consolidando o amor próprio. Faz abandonar relações de dependência e humilhação, asfixia e estresse, conquistando espaço vital mais criativo.

Auto-estima tem a ver com tudo o que a pessoa empreende, as decisões que toma, os desejos que persegue e os objetivos a que se propõe; e, nisso, o modo de lidar com vida, trabalho, lazer e comunicação. Graças a ela, a pessoa pode superar a si mesma e transformar a realidade, convivendo bem com o que há de inacabado e ameaçador em vida, pessoas e instituições .


Auto-estima defende contra medo, tristeza e alegria esbanjadora; faz a pessoa reconhecer-se parte no todo, protege-a contra preconceitos, dá equilíbrio frente a limites, corrige fantasias e mentiras e se faz berço de compaixão, tornando cada um solícito com os outros, tornando-se, para eles, fator de acréscimo.
Falta de auto-estima faz a pessoa exigir do companheiro - funcionário, amigo, cônjuge ou filho que, em tudo, lhe satisfaça as exigências. Sem a capacidade de assumir uma fragilidade oculta, uma frustração reprimida ou uma responsabilidade ameaçadora, a pessoa passa a cobrar, manipular, explorar, oprimir e sugar os outros, usando-os como simples objeto.

Auto-estima gera coragem, lealdade, paciência e serenidade. Ela capacita a pessoa à doação em relacionamentos saudáveis, educa no gozo e faz encontrar alegria no ir e vir cotidiano. Ela não reprime, nem substitui a realidade por desejos e sonhos, mas suscita compromisso inovador frente à mesma.

Conseqüentemente, a auto-estima, bem estruturada, amplia a capacidade de estabelecer relacionamentos e fazer escolhas, responsabilizando-se por seus atos. Ajuda para reconhecer também os próprios limites e erros, com a humildade de recomeçar. No vai-vem de desacordos e acertos, surgem atitudes e desempenhos eficazes, conquistando-se crescente liberdade interior.

Auto-estima faz abrir o círculo de relações e encontrar real prazer em tudo o que se assume. Ela derruba muros, aproxima os diferentes, tempera o humor, mantém elevado o índice de disposição para enfrentar problemas e arrostar desafios. Dinamiza a criatividade e lubrifica as relações interpessoais.

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Frei Cláudio Van Balen