APRESENTAÇÃO


Cada um de nós conhece bem algumas pessoas. E quanto melhor vamos conhecendo e respeitando as suas preferências, tanto mais fácil fica relacionarmo-nos com elas. E quando fazemos tudo conforme os seus desejos, elas deixam de ter motivo de reclamar de nós. É o que pensamos.

Mas o mistério do outro não cabe nas idéias da nossa cabeça. Não raro a realidade nos coloca diante de surpresas. Não é preciso lembrar que Deus também não cabe nas nossas idéias. S. João observa em uma das suas cartas que Deus sempre é maior que o nosso coração. Podemos ter a pretensão de conhecer plenamente a Sua vontade e os Seus desejos a nosso respeito, porém basta Ele se aproximar e dar-se a conhecer um pouco mais para que desmorone o que a respeito d’Ele pensávamos.

Isso acontece no relacionamento comum entre os homens, todos os dias. Acontece também em nosso relacionamento com Deus. Talvez não todos os dias, mas em algumas fases da nossa vida ou em certos períodos críticos da história da Igreja. Quando Deus decide aproximar-se um pouco mais dos homens, estes entram em crise e começa a estremecer todo um esquema que tinham montado para poder levar uma vida de agrado a esse Deus que não se deixa "enquadrar”!

Algo de semelhante ocorreu no tempo do profeta Isaías. O povo terminou pensando que a moral e o comportamento da fé se reduzissem ao culto bem executado. Pela palavra do profeta, Deus faz saber: ‘Já estou farto de holocaustos de cordeiros! Eu não quero sangue de bezerros e bodes. De nada serve trazer oferendas. Quando estendeis as vossas mãos, Eu desvio de vós os Meus olhos. Quando multiplicais vossas preces, Eu não as ouço. (Isaías, 1,11.13.15). E a seguir o profeta oferece um esquema novo de comportamento moral, mais de acordo com a nova face redescoberta de Deus.

Conversões penosas, essas que Deus exige de nós cada vez que nos instalamos comodamente, achando que Deus não tem mais nada a reclamar de nós.

Hoje estamos numa fase semelhante de crise de comportamento. de noção de pecado e de sentido da confissão e da conversão. Uma insegurança se apodera de muitos. Sobretudo de pais de família que já não sabem o que transmitir para os seus filhos. Então é bom a gente encontrar uma palavra de estímulo e orientação que ajude a dirigir os passos na semi-escuridão, própria a tal época.

O livro que agora está em suas mãos pretende transformar-se nesse gesto de ajuda, estimulo e orientação, como um elemento de ligação entre jovens e adultos. Talvez não agrade a quem prefere manter o esquema antigo. Mesmo a esse traz o incômodo de ter que definir a sua posição.

Que ressoe em seus ouvidos a frase de Jesus: “Esgotou-se o prazo, o Reino de Deus está aí, mudem de vida e comecem a acreditar nesta boa-nova”. A Boa-Nova é a maneira de se perceber a presença de Deus na vida de hoje!

EIiane Moreira
Eliane Pimenta
Cláudio van Balen

Os autores também escreveram a Série Educação para a Fé (“Para que Viver?...” — Ed. Vigília — 1975).
livros dedicados ao le Grau e destinados às crianças e aos professores.

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